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19 de Abril de 2024

Dilma quer nova eleição, mas tem de convencer sua base de apoio

Publicado por Adao Rocha
há 8 anos

Brasília e São Paulo - A presidente Dilma Rousseff planeja enviar ao Congresso, nos próximos dias, uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para antecipar as eleições ao Palácio do Planalto. Antes de bater o martelo, porém, ela precisa convencer os movimentos sociais que foram às ruas defender o seu mandato e são contrários à proposta.

Dilma escalou os ministros Jaques Wagner (Gabinete Pessoal) e Ricardo Berzoini (Governo) para sondar os movimentos. O governo avalia que, sem uma grande pressão popular capaz de influenciar os parlamentares, a medida não teria chance alguma de ser aprovada pelo Congresso.

Sem os votos necessários para virar o jogo, o governo já está convencido de que será derrotado na votação da Comissão Especial do impeachment, na sexta-feira, e também no primeiro julgamento no plenário do Senado, previsto para o dia 11. Com a confirmação deste cenário, Dilma será afastada por até 180 dias e o vice Michel Temer vai assumir a Presidência.

Antes disso, no entanto, a presidente pode encaminhar ao Congresso a proposta que prevê o encurtamento de seu mandato e novas eleições em outubro, juntamente com as disputas para as prefeituras, para "emparedar" Temer. Na última sexta-feira, 29, ela despachou Wagner e Berzoini para São Paulo com o objetivo de ouvir as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo sobre a ideia.

Na semana passada a Frente Brasil Popular fechou posição contra a antecipação das eleições. A Frente Povo Sem Medo não tem posição fechada sobre assunto, e alguns grupos, como a Intersindical, são contra, mas Guilherme Boulos, do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), é a favor.

Depois da conversa com os ministros, os movimentos contrários à antecipação das eleições passaram a admitir que podem mudar de posição. "Depois da decisão do Senado pode até haver novas eleições", disse João Paulo Rodrigues, do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST).

A reunião de sexta-feira contou com a participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cotado para ser candidato do PT. "Não acredito que Lula seja candidato a um mandato-tampão", disse o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas.

Lula tem dado sinais contraditórios sobre o apoio à proposta de abreviar o mandato de Dilma, mas a CUT classifica a ideia como uma "capitulação". "Eu conversei com a presidenta ontem (domingo) e disse claramente a ela que isso seria homologar o golpe. Não está dado que, no julgamento final, daqui a seis meses, haverá impeachment. Quando perceberem quem é Temer na Presidência será outra coisa", disse Freitas.

Mesmo que a proposta seja enviada ao Congresso, no entanto, sua aprovação é considerada dificílima. Uma PEC precisa ser votada em dois turnos tanto na Câmara como no Senado e só é aprovada se obtiver apoio de três quintos dos deputados (308) e dos senadores (49).

O governo, os movimentos e o PT estão cientes dos percalços, mas avaliam que, mesmo que sejam derrotados no Congresso, podem usar o tema para desgastar Temer e manter acesas as mobilizações contra o impeachment que marcaram a reaproximação entre partido e sua base. Em outra frente, senadores petistas vão buscar o diálogo com a ex-ministra Marina Silva (Rede), defensora da realização de novas eleições. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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6 Comentários

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Depois ficam nessa esperneação de golpe! Esse negócio de antecipar eleição é o maior jabuti que se tem noticia na legislação brasileira. Pra começão não é previsto na Constituição. Isso é que é amor pelo poder! Já houve tanta necessidade de se mudar a Constituição por coisa tão mais importante e não fizeram. Vão inventar moda agora só para posar de muito corretos e muito direitos? Se houve pedalada ou não, o fato é queo impeachment é um processo legítimo previsto na CF (ao contrário da antecipação de eleições) e o vice (que é farinha do mesmo saco) assume. O resto é "jus esperneandi. O fato é que esse governo acabou há mais de um ano e o amor pelo poder de seus componentes tem trazido um prejuízo imenso para o país. Não importa qual governo, mas o pais precisa urgente de um governo para destravar as engrenagens, pelo menos para a nação ter um rumo para seguir, ainda que seja para mais perto do abismo, mas ficar parado como está não dá mais. continuar lendo

Isso é pura e simplesmente desespero. mais alguns dias e a ex assaltante de banco, sai do governo e em 180 dias + ou -, se afasta de vez e nunca mais havemos de sofrer nas mãos sujas do PT.
E que o Vice tampão saiba que os tempos estão mudando. O Brasil anda devagar, quase parando. Mais está andando........ continuar lendo

Uma manobra sem precedentes por parte de Dilma, aos meus olhos. Com a aprovação da PEC e ela encurtando seu mandato por meio da mesma, vai ser como se ela estivesse confessando que cometeu algum crime, e por isso, sairia com a "carta branca". Ela estaria emparedando ela mesma e não Temer, pois alguns poderiam dizer , caso Dilma envie a proposta e a mesma seja aprovada, que Dilma livrou-se da acusação de crime da responsabilidade por meio de um encurtamento de mandato. continuar lendo

Base de apoio? Oras, ela esta para perder o cargo justamente por não ter apoio de 1/3, imagina se conseguirá 2/3 para fazer a mudança... continuar lendo