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19 de Abril de 2024

A cada três minutos, um gay sofre violência no Brasil

Publicado por Adao Rocha
há 9 anos

A cada trs minutos um gay sofre violncia no Brasil

A cada três minutos, um homossexual sofre algum tipo de violência no Brasil. Nos últimos quatro anos, o número de denúncias ligadas à homofobia cresceu acima dos 600%.

Segundo números obtidos pelo jornal "O Estado de S. Paulo", o Disque 100, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDHPR), registrou 1.159 casos em 2011.

Neste ano, em um levantamento até outubro, os episódios de preconceito contra gays, lésbicas, travestis e transexuais já superam a marca de 6.500 denúncias.

Os jovens são as principais vítimas dos atos violentos e representam 33% do total das ocorrências. A cada quatro casos de homofobia registrados no Brasil, três são com homens gays.

Estudante de Direito na USP, André Baliera, 29, foi espancado em 2012 por dois homens no bairro de Pinheiros, zona oeste de São Paulo. Ele voltava a pé para casa pela rua Henrique Schaumann quando dois jovens o ofenderam por causa de sua orientação sexual. Depois de uma discussão, acabou agredido pela dupla.

"Nos primeiros dias, não saía de casa. Fui ao psiquiatra, tomei remédios e fiquei seis meses sem passar na frente do posto em que fui agredido", conta Baliera.

Quase dois anos depois, receio e medo ainda estão presentes no dia a dia, assim como o preconceito. "Em junho deste ano, estava com meu namorado assistindo a um filme em Santos e fomos xingados de 'viados' dentro do cinema. Chamei a polícia na hora", disse.

Para a SDHPR, o crescimento das denúncias é um fator positivo para combater a violência homofóbica. A coordenadora da área LGBT, Samanda Freitas, diz que o desafio é apurar os crimes.

"Precisamos melhorar o atendimento desses casos e isso passa por um treinamento dos policiais para que identifiquem os crimes de ódio LGBT e investiguem com o mesmo cuidado que as demais ocorrências", afirmou.

Cerca de 26% dos casos acontecem nas ruas das grandes cidades. Em 2007, a transexual Renata Peron voltava de uma festa com um amigo quando nove rapazes os cercaram na praça da República, centro da capital paulista. Trinta minutos de violência foram tempo suficiente para chutes, socos, xingamentos, três litros de sangue e um rim perdidos por Renata.

"Ninguém foi preso e fica um sentimento de pena. Nem bicho faz essas coisas. Passei seis meses fazendo terapia para entender a razão de ter sido agredida."

Assassinatos

O filho de Avelino Mendes Fortuna, 52, não teve a mesma sorte. Nesta quinta-feira (20) fez dois anos que Lucas Fortuna, 28, morreu assassinado em Santo Agostim, no Grande Recife, em Pernambuco. Jornalista, foi espancado por uma dupla de homens e jogado ainda vivo no mar. Os assassinos foram presos e confessaram o crime por homofobia, mas no inquérito a polícia trata o caso como latrocínio.

Depois da morte, Avelino virou ativista na ONG Mães pela Igualdade, que luta pelo fim da discriminação contra homossexuais e pelo engajamento dos pais LGBTs na vida de seus filhos. "O pai que não sai do armário juntamente com seu filho se torna cúmplice da morte e da agressão dele no futuro", afirmou. "Um dos nossos objetivos é fazer com que os pais participem, lutem pelos direitos da sua família."

Preconceito

A discriminação e a violência psicológica, no entanto, estão entre as ocorrências mais comuns registradas na SDHPR e delegacias especializadas em Direitos Humanos. Cerca de 76% dos casos são de homossexuais que sofrem preconceito no trabalho, assédio moral e perseguição.

No Maranhão, o professor universitário Glécio Machado Siqueira, da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), tem sido alvo de ofensas pelos estudantes de Ciências Agrárias. "Desde o começo do ano, recebo ameaças, injúrias e boicotes das minhas aulas por causa da minha orientação sexual. Entrei em contato com todas as instâncias da universidade e a resposta que recebi foi o silêncio", reclama.

A Organização dos Advogados do Brasil (OAB) entregou queixa-crime para a UFMA. A reportagem entrou em contato com a universidade, que não se manifestou. "É triste ver que em uma universidade, onde estamos para expandir conhecimentos, acontece essa homofobia velada. A minha tristeza foi convertida em luta pelos direitos humanos. Espero que mais homossexuais tomem coragem para fazer o mesmo."As informações são do jornal"O Estado de S. Paulo".

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19 Comentários

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Não é concebível que se mostre a violência tão só contra gay, mulheres, negros ou coisa do tipo separatista. A violência no Brasil é contra todos que aqui vivem. Esse tipo de pesquisa é tendenciosa e irreal. No Brasil, só recentemente tem sido feito esse tipo de pesquisa falsa, mentirosa, com finalidade de promover o conflito de classes, gênero, cor, com o objetivo consequente de implantação de regime ditatorial que só pode ser de esquerda totalitária. continuar lendo

Disse tudo. O PT e seus partidos comparsas aderentes ao Foro de São Paulo utilizam da revolução cultural e da divisão da sociedade para manter o poder e a dominação na sociedade. continuar lendo

Violência contra gays é como pesquisa de opinião. Eu nunca fui pesquisado e nunca vi um gay ser agredido. Todos os que conheço, vivem na mais perfeita paz. continuar lendo

Será que se fizessem uma pesquisa considerados todos os brasileiros não seriam 2 minutos,1 minuto ou até menos de 1 minuto?

Segurança e respeito para todos! continuar lendo

A agressão contra qualquer pessoa, é repudiável, mas quando resultante de discriminação, fico a indagar , o por que ?
- Há muito tempo , surgem vias de exceção, a alimentar posturas marginalizadas, por questões diversas, no fundo a culpa é nossa, se somos iguais, devemos lutar pelo respeito a igualdade constitucional, a instituição de Delegacias específicas , para mulheres , incentivam e alimentam classes de exceção, é preciso se compreender , que gays, são cidadãos, cujas agressões são resultantes de descriminação, no dia em que esses crimes de lesão corporal, homicídio e outros , receberem agravantes com penas duras, severas, esse cenário contra idosos, gays, mulheres mudará, pois a questão não se faz vinculada, à instituição de delegacias excepcionais, porque todos são iguais e ponto final , penas eficazes : eis a questão ! continuar lendo

Parabéns pela lúcida interpretação. É por aí. continuar lendo

Também me pergunto se somos iguais mesmo, já que tem dia disso e dia daquilo, tem delegacia especial pra isso e especial pra aquilo.

Tratar homosexual (Agredido ou não) de forma especial pra mim já incorre em classificação desnecessaria, tão desnecessaria quanto tratamento diferenciado por cor, etnia ou genero.

A informação sobre cor, religião, gosto sexual, ou time de qualquer esporte bobo que a pessoa torce devia ter papel irrelevante em qualquer tratamento se quisermos mesmo algum tipo de igualdade.

Crime é crime, a real motivação pode ir além da motivação informada, acredito que a simples designação de motivo torpe (Derivado de qualquer preconceito) devia ser suficiente pra agravar as penas, não vejo motivos pra legislações específicas SE a intenção é realmente ACABAR com as diferenciações.
(E não tem como acabar com preconceito mantendo rótulos e diferenciações, não tem como acabar com preconceito enquanto uns ainda enchergarem os outros como diferentes) continuar lendo

Desde a posse do primeiro mandato de Lula que a divisão se instalou. Primeiro disse ele que é nordestino, analfabeto e chegou a presidência da república. Dai para ca quem se alimenta da divisão é o PT. Caso me provem ao contrário, sem retórica, ficarei satisfeito, porque sempre convivemos bem. Sou pobre, negro e tenho 70 anos de idade. Vivenciei todos os períodos que dizem bravos da história do País e nada tenho a reclamar até a presente data. Olha, não o único a gozar dessa regalia, se pensarem assim. Vamos nos desarmar e vivermos pacificamente em paz. A violência está generalizada mas, só uma parte reclama. Porque será? Um abraços a todos. Amaury Barbosa. continuar lendo

Rubem Luiz Lausman,

Li o que escreveu.
Creio que você tenha razão: crime é crime.
Você ensina bem sobre "rótulos".
Mas, vou fazer um simples pergunta:
Pessoas e Institutos especiais ligados aos Direitos das minorias (LGBT, negro, mulheres, índios etc) não deveriam "rotulá-los" ("diferenciá-los")?!
Entretanto, a sociedade (maioria das pessoas conservadoras e machistas) rotulam e discriminam o tempo todo. Isso pode?
Há dissenso na lógica, acima.

Será que no seu discurso não há discriminação e rotulação velados?! continuar lendo

Concordo, Rubem Luiz Lausman . continuar lendo

Uma criança morre de fome a cada dez segundos?
BBC investiga a verdade por trás de slogan usado por ONG que busca ressaltar gravidade do problema.

http://g1.globo.com/mundo/noticia/2013/06/uma-criança-morre-de-fomeacada-dez-segundos.html

Contudo o código penal considera tais fatos crimes graves e os gays têm voz, o preconceito é destestável mas, não só os gays mas todos que sofrem violência injustificável estão sob a proteção legal. Tanto o índio galdino quanto a empregada doméstica confundida com prostituta, como se isto fosse justa causa.

Ora, todos merecem a proteção do estado mas não privilégios.

Falemos pelas crianças que morrem de fome e não têm voz enquanto nossos governantes não sabem dos mensalões e lava jatos. continuar lendo